Demorarei bastante para construir uma verdadeira ode às Musas, a intenção do último texto de 2021 é falar sobre as Musas Gregas e o que elas representam.
É uma tentativa de dar alguns passos na direção do jardim inspirador que elas habitam, como aspirante a poeta, tenho uma curiosidade natural pela arte musaica que também pode ser chamada de arte à maneira clássica.
Mas então, o que é ode?
Recorrendo ao mestre Google temos o seguinte:
ODE. substantivo feminino
(1). entre os antigos gregos, poema lírico destinado ao canto. (2) poema lírico composto de estrofes de versos com medida igual, sempre de tom alegre e entusiástico.
(Definições de Oxford Languages)
Diante disso fica claro porque a pessoa ainda não vai escrever uma ode propriamente dita. Apenas recorro ao senso comum de que as odes eram feitas para exaltar algo ou retratar um fato histórico com floreios devido à licença poética dos bardos.
Este artigo se trata justamente de um elogio ao mito das Musas e uma tentativa de mapear pequenas ações para me aproximar da prática das artes musaicas, nem que seja exclusivamente pela apreciação.
Quem são as musas?
Na mitologia grega as Musas eram filhas nascidas da união de Zeus, o deus que representava a Vontade/Poder e Mnemosine, a titanide que representava a Memória.
Mnemosine deu a luz às nove Musas que custodiariam os conhecimentos do passado, presente e futuro cantando-os junto à Apolo formando um belíssimo coro.
Eram ninfas ou deusas que ficaram encarregadas de inspirar e guardar aqueles seres humanos que ousassem caminhar na busca do saber. São elas:
- Calíope, a da bela voz, representada com uma tabuleta e buril ela guarda a arte da Poesia épica.
- Clio, a que confere fama, representada com um pergaminho parcialmente aberto ela guarda a arte da História.
- Erato, a amável, representada com uma pequena lira ela guarda a arte da Poesia Lírica.
- Euterpe, a que dá júbilo, representada com uma flauta ela guarda a arte da Música.
- Melpomene, aquela que é melodiosa, representada com uma máscara trágica, grinalda e uma clava ela guarda a arte da Tragédia.
- Polímnia, a de muitos hinos, representada com um véu em atitude meditativa ela guarda a arte da Oratória.
- Talia, a alegre, representada com uma máscara cômica e coroa de hera ou um bastão ela guarda a arte da Comédia.
- Terpsícore, a que se deleita na dança, representada com uma lira e plectro ela guarda a arte da Dança.
- Urania, a celestial, representada com um globo celestial e compasso ela guarda a arte da Astronomia e Astrologia.
Na etimologia da palavra arte chegamos a palavra grega téchne que estava intimamente ligada a tradição da relação entre mestre-discípulo que era a forma como se transmitia os saberes humanos.
Com a evolução dos conceitos e das experiências da humanidade para nos tornarmos quem somos hoje, vários períodos se passaram (apesar de muito do que nos chega da Era Antiga ter sido traduzido e consequentemente se perdido) e é sempre interessante resgatar e investigar os significados e sentidos das palavras.
Para o próximo ano recebi uma palavra no amigo-livro que fiz com alguns amigos filósofos e esta palavra foi a INVESTIGAÇÃO. Quero me colocar o desafio e compromisso de buscar mais sobre as artes musaicas e suas Musas.
Vou compartilhar por aqui e no meu perfil do instagram as descobertas e escrevivências em cada uma. A mitologia sempre me encantou, e tenho carinho especial com o mito das Musas de Apolo por representarem que a arte é uma das formas pela qual a sabedoria se expressa e que podemos alcançá-la a medida que nos esforçamos para vivê-las.
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Artigo de opinião. Caso você discorde de algo ou queira acrescentar outro ponto de vista, vou gostar de saber.
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Fiquem a vontade pra me enviar seus comentários no meu e-mail nuna6costa@gmail.com ou via DM no Instagram @nuna_costa
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Foto destaque: Baldassare Peruzzi – A dança das Musas (1514)
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