Quanto mais estudos acontecem, mais podemos entender o quão importante e determinante é a relação entre o bebê recém nascido e a mãe. Esse vínculo é tão profundo que foi definido o conceito da exterogestação, indicando que os meses iniciais do desenvolvimento humano são um prolongamento da gestação, porém fora do útero

No mundo animal, conseguimos observar exemplos de como a gestação não necessariamente termina após o parto. Os cangurus, por exemplo, carregam seus filhotes em uma bolsa até que cresçam suficientemente.

Esse é um exemplo distante, mas que tem tudo a ver com a forma como podemos ter um contato mais aprofundado com os nossos bebês.

Quer aproveitar para saber mais sobre isso? Então, veja a seguir todos os detalhes sobre exterogestação para se informar no blog da Dona Chica! 

O que é exterogestação?

O termo exterogestação significa gestação externa, sendo a união dessas duas palavras. Gestatio do latim significa transportar, então podemos entender ainda como transportar do lado de fora. A ideia envolve dar continuidade ao processo de gestação mesmo após o nascimento do bebê. 

A exterogestação se faz importante para contribuir positivamente para o desenvolvimento do bebê, mas mais do que isso, ela é essencial para a vida de espécies como o ser humano. A separação imediata entre mãe e bebê não acontece na natureza para a maioria das espécies, principalmente mamíferos.  

Carregar o bebê junto ao corpo

A ideia de carregar o bebê junto ao corpo é algo muito comum na natureza, entre seres humanos e mesmo para muitas espécies de animais. Filhotes de macacos, como exemplo, têm reflexo forte de se segurar ao corpo da mãe. No caso do bebê humano percebemos clara necessidade de contato, proteção e cuidado parental intenso, isso porque o bebê humano nasce extremamente imaturo quando comparado com outros animais,  mesmo com outros primatas. 

O bebê humano nasce sem a capacidade de andar, de se comunicar, de se alimentar de maneira independente e por isso, precisa passar ainda mais tempo no colo, seja da mãe e logo mais de toda a família ou comunidade em que está inserido. 

Para ajudar neste processo foram desenvolvidas ferramentas – os carregadores de bebê, que estão presentes em diferentes culturas há milhares de anos. Ferramenta importante também para o desenvolvimento social, para além da preservação da espécie, pois permite que o bebê esteja protegido junto ao corpo da mãe ou cuidador, enquanto libera este adulto para outras atividades sociais, respeitando necessidades tanto do adulto, quanto da criança.

Benefícios da exterogestação

Como você viu até aqui, o principal papel da exterogestação, ao manter a mãe e o bebê próximos, é contribuir para a sobrevivência da  criança e da espécie, no ambiente natural. No entanto, é possível se aprofundar nesse assunto para entender mais benefícios da exterogestação num contexto atual.

Manter-se próximo ao bebê é algo que ajuda a mãe a se manter fisicamente e sentimentalmente conectada a ele. O contato promove uma cascata de hormônios do amor que estimulam o vínculo e a manutenção do cuidado. Isso será fundamental para que o bebê  se sinta confortável e adaptado ao mundo externo, se desenvolvendo bem e sem intercorrências.

A exterogestação contribui positivamente para o desenvolvimento de funções fisiológicas como regulação da temperatura corporal, ritmo respiratório e também estimula funções cognitivas básicas do bebê. A separação brusca, por outro lado, desencadeia estresse, que atrapalha toda a cascata hormonal e o desenvolvimento saudável.

Como isso é na prática?

O colo melhora funções fisiológicas, evitando cólicas e refluxo, tão comuns nos meses iniciais. Há quem diga que a cólica dos bebês é uma invenção do mundo moderno, uma vez que nosso estilo de vida e necessidades sociais muitas vezes separam o bebê da mãe precocemente.

A exterogestação se baseia em um conceito conhecido como o do quarto trimestre. Ou seja, significa dar continuidade ao processo de gestação mesmo após o nascimento do bebê, fazendo uso de recursos que buscam gerar menos estresse no binômio mãe-bebê, preservando sua auto regulação e a transição natural da criança agora apresentada ao mundo externo.

Entende-se que o útero é um ambiente altamente confortável para o bebê e ele adoraria continuar lá dentro. Então, para que a transição ao mundo externo seja agradável e saudável, é fundamental que o contato intenso seja reproduzido fora da barriga, no colo, principalmente nos 3 primeiros meses, mas não apenas. 

Os slings ou cangurus são facilitadores de colo, ferramentas que facilitam o processo da exterogestação. Permitem manter a criança junto à mãe, sentindo o seu calor e proteção, enquanto a mãe faz outras atividades. O sling proporciona a proximidade benéfica para bebês de todas as idades – principalmente recém-nascidos, trazendo a sensação de contenção que remete ao útero.

Período de exterogestação

Voltando ao mundo natural, observamos que muitos mamíferos nascem já caminhando, muito rapidamente experimentam outros alimentos para além do leite materno. No caso de bebês humanos, eles só começam a ter interesse em outros alimentos por volta dos 6 meses, e ter certa autonomia para se locomover por volta de 1 ano de idade. Prova de que, antes disso, eles precisam do colo.

Assim, o período de exterogestação varia entre 3 até 18 meses após o parto. Como se trata de uma faixa bem vasta, é possível tomar uma decisão que faça sentido para as características do seu bebê e suas necessidades familiares e sociais.

Viu só como é possível aprender bastante sobre o desenvolvimento e cuidados com o bebê após o parto ao ter em mente a compreensão do conceito de exterogestação? 

Por fim, é importante não confundir exterogestação com gravidez ectópica. Nesse último caso, trata-se da fecundação de um óvulo que fica por fora do útero. Enquanto isso, a exterogestação refere-se ao processo de gestação após o parto, carregar junto ao corpo.

Restou alguma dúvida sobre exterogestação? Então, deixe a sua pergunta nos comentários que teremos prazer em respondê-la!

Onde comprar carregadores para bebê?

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