Tive um sonho na véspera deste Outono que achei simbólico. São raras as vezes que recordo de um sonho durante o dia e já passam das nove da noite e alguns fragmentos ainda permanecem vivos.
Aparentemente tenho sonhos cinematográficos, pois parecia uma sequência de storyboard de um filme, que se ainda não existe, seria interessante de fazê-lo, e com o título: é preciso uma vila!
Acordei com meu pai arrumando a caixa d’água, bem sonolenta, tentei fazer dar uma pesquisada rápida na internet para saber o que significava sonhar com bebê e amamentação.
No geral tem um aspecto positivo de aflorar o instinto materno, cuidado, interiorização e confiança. Um sinal de proteção, alegria, serenidade e que uma nova parte de mim está nascendo. Como a bebê estava dormindo em algumas cenas representa paz e tranquilidade.
Isso até me assusta um pouco porque contradiz o estado de ânimo que nas últimas semanas me acometeu, mas que graças à capacidade de refletir, investigar e acreditar na arte e na filosofia prática, não desisto da vida.
Encaro como um aviso honesto e direto para deixar morrer os hábitos que me deixam péssima e cultivar as virtudes que me fortalecem.
Filha do Outono que sou não pude deixar de recordar que estamos adentrando uma estação muito especial, ligada aos ensinamentos de Deméter, onde sua filha, Perséfone desce ao submundo para viver com o esposo, Hades, senhor do Mundo Interior.
O Outono é um convite universal e pessoal para o autoconhecimento, a interiorização e a semeadura das suas potências humanas. De resgatar aquilo que acredita ser Bom, Belo, Justo, Verdadeiro, entre tantas outras virtudes que estão dentro de você.
Volte e reencontre com você mesma.
Mas, como? Você pode estar perguntando. Bem simples, pegue um papel e caneta, fique de frente para o espelho, liste e fale em voz alta:
- suas virtudes e defeitos,
- ações que deveria fazer, mas não tem feito
- ações que tem feito, mas não deveria
Coloque 5 de cada para uma autoavaliação e se responda: Quem sou? Onde quero chegar?
Aceitar quem somos e como estamos e decidir onde queremos chegar são questões fundamentais. Ficamos indignadas com as injustiças que corroem a Terra e corrompem a humanidade.
Conhecer-nos é um passo pequeno, mas poderoso para fazer uma real mudança no mundo que vivemos. Se quisermos que ele seja melhor para nossos pais e avós, filhos e amigos e ainda para as futuras gerações, as mudanças e as melhorias começam dentro da gente.
Esse exercício é tão legal de fazer que vou adotar como página da minha próxima coleção de agendas e planners. Outra reflexão que faço, para concluir o que compartilhei com você hoje, é que essas práticas de autocuidado e autoconhecimento são exercícios de Justiça.
Dois grandes filósofos se dedicaram a falar da Justiça e ambos explanam sobre a relação e o valor desse ideal no Indivíduo e no Estado. Que crescem de forma proporcional e equivalente, ou seja, se há justiça nas pessoas haverá no país que habitam.
Esses filósofos são Platão, na Grécia, uma das obras que você encontrará essa visão é A República, e Confúcio, na China, com a obra Os Analectos, que são aforismas compilados pelos seus discípulos. Fica como dica final para ler e refletir!
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Artigo de opinião. Caso você discorde de algo ou queira acrescentar outro ponto de vista, vou gostar de saber.
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Fique a vontade para me enviar seus comentários no meu e-mail nuna6costa@gmail.com ou via DM no Instagram @nuna_costa
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Foto destaque: Bruna Costa
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