A chegada de um bebê traz consigo uma enxurrada de emoções, planejamentos e inevitavelmente, expectativas.

Entre os diversos temas que permeiam essa nova fase, o sono do bebê costuma ser um dos que mais gera dúvidas, inseguranças e surpresas.

Afinal, muito se fala sobre a rotina de sono ideal nos primeiros meses de vida, mas será que a realidade acompanha esse ideal?

Neste texto, vamos explorar as principais expectativas que mães, pais e cuidadores costumam ter sobre o sono do bebê, e o que realmente acontece no dia a dia.

Compreender essa diferença pode ajudar a reduzir a frustração e a ansiedade, trazendo mais leveza para esse início de jornada.

O bebê pode dormir a noite toda logo nos primeiros meses?

Essa talvez seja a expectativa mais comum, e uma das mais distantes da realidade para a maioria dos bebês.

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Antes do nascimento, é comum ouvir relatos de outros pais dizendo que seus filhos “dormiam a noite toda com dois meses”, ou que “era só dar um banho quentinho que o sono vinha como mágica”.

Sono do bebê: Como lidar?

A verdade é que o sono do recém-nascido é fragmentado, instável e muito diferente do sono de um adulto.

Nos primeiros meses, o bebê acorda com frequência, principalmente para se alimentar. Isso acontece porque o estômago dele ainda é muito pequeno e precisa ser abastecido com intervalos curtos.

Além disso, o ciclo de sono do bebê é diferente: mais leve e com mais despertares, o que é, inclusive, um fator de proteção contra a morte súbita.

A maturidade do sono acontece de forma gradual.

Muitos bebês só conseguem dormir períodos mais longos à noite após os 6 meses, e isso ainda depende de diversos fatores, como desenvolvimento neurológico, rotina familiar, alimentação e ambiente de sono.

Se criar uma rotina certinha, o bebê vai dormir melhor?

Uma rotina estruturada, com horários definidos para alimentação, leituras, sonecas, banho e sono noturno, é amplamente recomendada por especialistas.

E, de fato, ela pode ajudar bastante o bebê a se sentir mais seguro e entender os momentos do dia.

Sono do bebê: O que pode ocorrer?

Sim, a rotina ajuda, mas ela não é uma fórmula mágica. Mesmo com todos os rituais bem estabelecidos, luz baixa, música calma, banho morno, pode ser que o bebê chore, lute contra o sono ou acorde várias vezes à noite.

Isso porque o sono infantil é influenciado por múltiplos fatores, incluindo saltos de desenvolvimento, cólicas, nascimento dos dentes, entre outros.

Ou seja: a rotina é importante, mas ela não elimina os despertares. Ela contribui para que o bebê entenda o que vem a seguir e para que o sono, aos poucos, se torne mais previsível. Paciência é a chave.

Depois dos 3 meses, tudo se estabiliza?

Existe uma crença muito comum de que, após os 3 meses, o sono se “organiza”.

Embora seja verdade que o bebê já está mais adaptado ao ambiente fora do útero e que os ciclos de sono começam a se parecer mais com os de um adulto, essa estabilidade não é definitiva.

O que ocorre?

O terceiro mês pode até marcar uma mudança, mas também pode ser o início de novos desafios. Entre 3 e 4 meses, muitos bebês passam pela famosa “regressão do sono”, que na verdade é um marco natural do desenvolvimento.

Nessa fase, o bebê desperta mais, demanda mais colo, mais conforto, e pode parecer “desaprender” a dormir.

É uma etapa passageira, mas intensa. E ela nos lembra que o sono não segue uma linha reta ascendente, e sim um caminho cheio de altos e baixos.

O bebê vai dormir no berço desde o início?

Muitos pais montam com carinho o quarto do bebê, preparam o berço com todo cuidado e acreditam que, desde os primeiros dias, ele dormirá sozinho no seu espaço.

Como proceder?

Na prática, muitos bebês resistem ao berço, pelo menos no começo. Isso acontece porque eles ainda estão se adaptando ao mundo externo e sentem necessidade de proximidade, cheiro e calor humano, como o que tinham no útero.

É comum que o bebê durma melhor no colo, no peito, ou próximo aos pais, especialmente nos primeiros meses.

O contato físico e o acolhimento não são “vícios”, mas necessidades emocionais básicas. Com o tempo, e com o amadurecimento, é possível estimular a transição para o berço com mais tranquilidade.

“Só o meu bebê não dorme bem?”

 Com as redes sociais e a comparação com outras famílias, é fácil cair na armadilha de acreditar que só o seu bebê tem dificuldades para dormir. Isso pode gerar culpa, ansiedade e sensação de fracasso.

Realidade:

Cada bebê é único. Alguns dormem melhor desde cedo, outros demoram mais a desenvolver um padrão de sono do bebê tranquilo. Não existe um único caminho ou uma solução universal.

O mais importante é compreender que os despertares fazem parte do desenvolvimento infantil e que, com apoio e informação, tudo se torna mais leve.

Menos culpa, mais acolhimento

A jornada do sono do bebê é cheia de desafios e surpresas. Ao desconstruir as expectativas irreais e compreender as necessidades reais do bebê, os pais podem se sentir mais seguros e confiantes.

Não se trata de buscar perfeição, mas de oferecer presença, paciência e acolhimento, tanto para o bebê quanto para si mesmos.

Lembre-se: o sono vai amadurecendo. As noites difíceis passam. E, acima de tudo, você está fazendo o melhor que pode. E isso já é tudo.

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