Sobre ideias, sentimentos e medos

sobre ideias sentimentos e medos - foto da autora Nuna Costa

Pegue uma caneta e um pedaço de papel. Você está prestes a embarcar numa aventura, sua única companhia serão suas próprias ideias, sentimentos e medos. É que a vida é sobre como vivemos nossos sonhos nas escrevivências desse dia.

No início dos tempos é onde a jornada começa. O que escrever deve ser a mais pura verdade, daquela que habita o coração. Escute, enxergue, memorize e registre cada passo, cada fato. Seja em texto ou fotografia.

Comece pelo o que sabe sobre você hoje. Suas angústias, suas alegrias e sonhos. Reconheça-os. Aceite-os. Enfrente-os. No fim terá mais para relatar e recomeçar. Então sobre o que falará hoje?

Sobre sentimentos e medos

Quero entender porque tenho medo e porque escolho fugir sempre que vejo as oportunidades a minha frente. Não sei ao certo como explicar, mas tentarei lembrar-me da primeira vez que senti este medo.

Não, não foi na infância, nessa época encontrava escorpiões, cobras e levava morcegos para a escola. Muito menos da escuridão, que assustava os nervos do meu irmão mais velho e ele pedia para acender as luzes do corredor quando ficava apertado.

Veja bem, dessas coisas triviais não tenho memória de medo, apenas de curiosidade. Sempre quis saber o porquê das coisas serem como são. Minha primeira lembrança de ter medo de algo foi de ficar sozinha numa festa, que nem aconteceu, mas me disseram que “ficaria de vela”.

Pareceu-me algo horrível, apesar de não entender o significado aos meus 10 anos de idade, para disfarçar tratei de responder bem rápido algo como “vou ficar é dançando”. Mas, quando cheguei em casa perguntei ao meu irmão e ele me explicou.

Entendi que ficaria sozinha porque nenhum garoto ia querer ficar ou conversar comigo, eles lembravam da minha existência na hora de fazer trabalho em grupo porque era a CDF da sala.

Isso tem mais de quinze anos e nunca dei muita importância para a parte afetiva da minha vida. Sempre fui mais de ler e estudar, então me enfiei nos livros. Harry Potter para ser mais exata. Ler sobre um trio de crianças bruxas que salvariam o mundo do grande senhor das trevas e que tinham a minha idade, ajudaram-me a esquecer do episódio.

A perceber que desde que tivesse um livro em minhas mãos, desde que meus olhos percorressem cada linha e entrelinha das histórias, não estaria só.

Nuna Costa

Sem perceber meu inconsciente dizia que se não fosse escolhida, ficaria sozinha e isso significava que não seria amada. Então para que me apaixonar ou querer ficar com alguém, considerando que tinha coisas mais importantes como estudar, ler Harry Potter e tratar das minhas plaquetas? Com o tempo passei a amar ficar sozinha.

Decidi, (bem sensata), nem pensar em garotos, indo totalmente contra o que a maioria das minhas amigas queriam, falavam e faziam. Junta o fato que mudei bastante de escola, a cada um ano e meio do fundamental pra ser mais exata, me enturmar e fazer amigos era complicado.

Ensino médio e faculdade, basicamente a mesma história, acho até que inventava estar apaixonada pra ter assunto com as meninas. E era sempre alguém impossível. Quando tive coragem de tentar algo com uma pessoa (uns três ou quatro em diferentes momentos da vida acadêmica), meu time era tão ruim, que ou era rejeitada ou descobria que o dito cujo namorava.

Diante dessas experiências meio inventadas (mania de apaixonar antes mesmo de conversar com a pessoa) resolvi colocar um basta. Evitar criar expectativas. Não me declarar com poemas antes de saber qual é a da pessoa. (Sou consciente que não sei flertar).

Sobre ideias e ideais

Agora, na real? Acredito que preciso começar a aprender a me amar primeiro antes de permitir ou escolher encontrar alguém para compartilhar a vida.

Li de um filósofo uma vez que “amar e ser amado é natural” e quando você começa a ler ensaios sobre o que é o amor, dos filósofos antigos aos atuais, você percebe que há diversos níveis e formas de amar.

Que primeiro algo atrai dois corações, depois cultivam momentos de pequenas ou grandes alegrias e tristezas também, trocam segredos. Reconhecem que cada um tem uma batalha interna e pessoal, aceitam que ambos têm qualidades admiráveis e defeitos a trabalharem.

E a partir do momento que decidem enfrentar juntos, respeitando a individualidade de cada um, terão que aprender a lidar com ciúmes, possessão, egoísmos e vaidades que em excesso, são qualquer coisa, menos amor.

O desafio está em correr o risco de se amar e amar aos outros. Se machucar, se perdoar, aprender a amar novamente e dessa vez, sem esperar algo em troca. Isso vale para amizades, família, cônjuge, trabalho. Porque afinal, a vida é sobre acertos e erro, começos e fins. A vida é sobre ideias, sentimentos e medos.

Agradeço por ler até aqui, quando minha xará me convidou para escrever todo mês aqui no blog, textos autorais, pensei em começar com crônicas, mas acabei abrindo uma página do meu diário. Na esperança que algumas de minhas ideias, sentimentos e medos possam despertar em você coragem para enfrentar os seus.

Sempre escolhi as palavras, seja qual forma elas tenham, para ver com mais clareza e ordenar a vida. A escrita é uma forma de arte terapia, vou adorar saber se você também aproveitou para sentar e escrever sobre seus sonhos.

Fiquem a vontade pra me enviar seus comentários no meu e-mail nuna6costa@gmail.com – que é meu PIX também, aceito um café, brincadeira, mas rejeito não.

Autor: Nuna Costa

Autor: Nuna Costa

Nuna Costa é aprendiz de filósofa, poeta, compositora, jornalista, encadernadora e criadora de conteúdo. Está no Instagram @nuna_costa

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