A amamentação é um momento especial que mantém o vínculo entre a mãe e o bebê depois do nascimento, no entanto, sua função vai ainda mais além: é fundamental para o desenvolvimento da criança, tanto no aspecto nutricional quanto cognitivo. Conforme a criança se desenvolve, são introduzidos diferentes alimentos na sua dieta, porém o leite materno não deve ser deixado de lado.
Amamentação prolongada segundo a UNICEF
Dados da UNICEF mostram que a amamentação prolongada – aquela que ainda ocorre após os dois anos completos da criança, fornece 95% das necessidades de vitamina C, 45% das de vitamina A, 38% das de proteína e 31% do total de energia de que uma criança precisa diariamente, com apenas 500 ml de leite diariamente.
No caso dos pequenos que apresentam dificuldade de aceitar certos tipos de alimentos ou alergias, especialmente o leite de vaca, a amamentação prolongada pode suprir a necessidade de vitaminas e sais minerais diariamente e ainda preservar aquele momento tão precioso entre mãe e filho.
Benefícios da amamentação prolongada
Mas, para entender melhor os benefícios da amamentação prolongada, é necessário conhecer com mais detalhes cada um deles, confira a seguir:
- Diminui o risco de alergias
A amamentação prolongada diminui o risco de alergias, pois funciona como complemento alimentar, substituindo itens como o leite de vaca (mais propenso a oferecer reações alérgicas e até mesmo abrir portas para infecções).
- Protege contra infecções
Dados da OMS – Organização Mundial da Saúde mostram que crianças não amamentadas por mais de dois anos têm duas vezes mais chance de morrer devido a doenças infecciosas se comparadas a crianças submetidas à amamentação prolongada.
Por isso, é importante ter em mente que os benefícios da amamentação prolongada podem refletir até mesmo na vida adulta e também na qualidade de vida do indivíduo.
- Promove uma nutrição mais completa
Após os dois anos de vida, a amamentação prolongada funciona como importante alimento (para não dizer indispensável), pois, complementa as necessidades diárias de vitaminas e outros nutrientes fundamentais durante essa etapa de crescimento e amadurecimento.
Tenha em mente que o leite materno é o melhor alimento para os pequenos.
- Melhora o desenvolvimento da cavidade bucal
Os mamilos, anatomicamente falando, ajudam no desenvolvimento de todas as estruturas bucal da criança. Isso acontece porque ao fazer o movimento de sucção durante a mamada, o mamilo se adapta a boca do bebê e ajuda a expandir as estruturas bucais conforme o pequeno cresce.
Quando a criança completa dois anos, o desenvolvimento da cavidade bucal está acontecendo de maneira acelerada, para ajudar, a amamentação tardia é fundamental para evitar problemas como o mal desenvolvimento dos ossos da face, dentes, gengiva, língua e mais.
- Auxilia no desenvolvimento cognitivo
Desenvolvimento da criança
Existem diferentes estudos que associam a amamentação prolongada a um desenvolvimento cognitivo pleno. E ainda, já foi detectada também a relação entre o aleitamento após os dois anos de idade e adultos com maior nível de QI e maior sensação de segurança para lidar com os desafios impostos pela vida adulta.
O desenvolvimento cognitivo vai muito além das estruturas fisiológicas do cérebro, é também o amadurecimento dos aspectos psicológicos da criança e a formação da sua personalidade. Amamentar é um ato de amor e, mesmo com tantos benefícios já comprovados, muitas mães ainda sofrem preconceito ao optarem por amamentar seus bebês com mais de dois anos. Vale lembrar que não existem malefícios comprovados cientificamente na amamentação prolongada, ao contrário.
O corpo feminino sofre consequências da sua extrema sexualização: as mulheres enfrentam problemas para amamentar e ao fazer isso com crianças maiores de dois anos as coisas só pioram. Até mesmo profissionais da saúde, como o caso de médicos, desestimulam o aleitamento materno após um ano de idade. Com tantas polêmicas, é possível que muitas mulheres se perguntem qual a idade correta do desmame. A resposta é simples: não existe resposta. O momento certo é aquele em que a mãe e/ou a criança sentirem vontade. Não existe um momento ideal e enquanto os envolvidos se sintam confortáveis, não existem razões para que a amamentação seja interrompida.
Desmame
O aleitamento materno deve ser exclusivo até os seis meses do bebê, após esse período, novos alimentos podem ser introduzidos na dieta gradualmente. A verdade é que aí começa o processo lento e gradual do que vem a ser o desmame. Com o passar do tempo, a quantidade de mamadas pode diminuir, no entanto, como falamos, muitos benefícios ainda estarão presentes por muitos e muitos meses ou anos, processo natural que chamamos de amamentação prolongada.
Fontes de pesquisa
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Saúde da criança: aleitamento materno e alimentação complementar / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2015. (Caderno de Atenção Básica; n. 23).
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Boas práticas de atenção ao parto e nascimento. Brasília, 1996. Link: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4311028/mod_resource/content/1/CAB_AM%20e%20alim%20complementar_23_2015.pdf
ANDRETTO apud FEITOSA, 2012, p.37
Excelente artigo. importante lembrar que eu só descobri que nós lactantes temos restrições alimentares quando levei minha filha em sua primeira consulta com o Pediatra dez dias após seu nascimento.(A primeira consulta acontece sempre após os sete, dez dias.
Até então, tudo o que tinha pra comer, eu mandava pra dentro. Já que amamentar dá uma baita fome!
Mas então o Pediatra de meus filhos me explicou que, alguns alimentos podiam fazer com que a cólica e os gases viessem com mais intensidade provocando mais dor e desconforto para o bebê.
Parabéns seu artigo ficou ótimo, estou escrevendo sobre o assunto no meu blog, dá uma olhada lá sua opinião será muito importante. abraços