Sexualidade na gestação, parto e puerpério

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Sexualidade pós maternidade

O post de hoje traz reflexões sobre sexualidade após a maternidade. Com Patrícia Ramos, 42 anos, mãe do Rafael de 5 anos. Patrícia atua como psicóloga, doula, consultora de amamentação e consultora de sexualidade. Realiza no Rio de Janeiro rodas de conversa e atendimento com gestantes, tentantes, puérperas e a partir do mês que vem um grupo terapêutico de pós-parto. Acompanhem: Instagram: @patriciar.ramos Facebook: @patriciaramosconsultora

Roda de conversa sobre sexualidade | Imagina Mãe | Foto: Flamingo Foto

A chegada de um bebê

“A chegada de um bebê é uma grande alegria, mas também é um grande desafio, mexe com o que há de mais profundo do nosso eu.

Um bebê é gerado graças a uma energia de vida, uma energia que transforma vidas. A mulher passa por transformações no corpo e na psique. Aos poucos, a mulher grávida se re-descobre em um novo corpo, se conecta energeticamente com o novo ser que está gerando e o grande clímax é o momento do nascimento. Após o parto a mulher sofre ainda mais transformações, pois ela passa a viver uma simbiose com o bebê, sendo responsável por alimentar, cuidar de um novo ser que depende única e exclusivamente dela e da sua rede de apoio. Turbilhão emocional, hormonal, cansaço. Todas essas mudanças trazem também um luto por uma mulher que não existe mais.

A sexualidade da mulher em sua maternidade

Mas a mulher não precisa morrer para sua sexualidade, vontades e prazeres! A sexualidade está presente em todo momento de nossa vida. Desde a concepção até o parto e o pós-parto. Porém a sexualidade na gestação e puerpério é um tema muito pouco falado e cheio de mitos e tabus. Para a sociedade, a mulher-mãe é vista muitas vezes como casta, hiper valoriza-se a dedicação à família, o que muitas vezes nos aprisiona e mata enquanto indivíduo mulher, autônomas, dona de vontades e prazeres.

Antes de mais nada, precisamos entender que sexualidade não é apenas sexo, não é ato sexual. A sexualidade humana é o nome que damos para as sensações do corpo físico e emocional. É difícil separar a sexualidade dos aspectos sociais, culturais e religiosos. Portanto, numa sociedade baseada em valores judaico-cristãos e machista, os tabus são muitos e é preciso ir quebrando cada um deles aos poucos, para sermos livres e realizadas enquanto indivíduos, para além do prazer de cuidar de outros.

Autoconhecimento

Precisamos falar sobre sexualidade feminina, principalmente em mulheres mães no período logo após a chegada de um bebê, compartilhar com outras mulheres nossas experiências e sensações. Através do autoconhecimento, as mulheres passam a entender mais sua própria sexualidade, retomando as rédeas do seu prazer, re-descobrindo seus corpos e vontades. O que vejo hoje é um movimento forte de empoderamento feminino e que muitas vezes aflora com a maternidade. Assim, do mesmo modo que os mitos e tabus que cercam a sexualidade na maternidade acabam por anular a mulher por trás da mãe, muitas outras vezes é a mãe quem traz à tona a potência da mulher. Autoconhecimento é a chave. E a divisão de tarefas também né? Não dá pra falar sobre sexualidade e prazer feminino sem falar também da estrutura machista que nos esgota.

Se posso dar um conselho ele seria: Procure o apoio de outras mulheres. Apoie outras mulheres. Conversem. Vamos ouvir mais nossos corpos e umas às outras do que às pressões sociais que nos aprisionam e castram”.

Roda de conversa sobre sexualidade | Imagina Mãe | Foto: Flamingo Foto

Autor: Bruna Carvalho

Autor: Bruna Carvalho

Mãe do Valentim e da Dona Chica 🙂

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