Canguru Ergonômico e Desenvolvimento do Bebê

canguru ergonomico

Canguru Ergonômico – Transporte Vertical ou Horizontal na primeira infância

Hoje falaremos sobre ergonomia, bem carregar e o desenvolvimento da coluna de um bebê desde a barriga até caminhar. Entenda porque carregar no colo é algo tão natural e benéfico para o desenvolvimento do bebê, ao passo que muito tempo deitado em berços, carrinhos ou outras superfícies planas pode ter impacto negativo em sua coluna, quadril e musculatura.

Este texto trata basicamente de aspectos físicos do desenvolvimento de um bebê, mas podemos destacar ainda que carregar o bebê no colo é fundamental para o desenvolvimento psicológico adequado.

Texto bastante completo escrito por Elizabeth Antunovic (©2008 Boba, Inc.)
Tradução: Sling-se *** Notas Dona Chica.

“Transporte vertical versus horizontal na primeira infância: Carrinhos, slings e estresse infantil”

O desenvolvimento da coluna vertebral do bebê

Nossa coluna vertebral não é perfeitamente reta, embora possa parecer quando olhamos alguém de frente ou de costas. Ao olhar para uma pessoa de lado, são visíveis quatro curvas ligeiras, formando um grande ‘S’. Essas curvas nos ajudam a nos manter flexíveis e equilibrados. Também ajudam a absorver tensões situadas em nosso corpo através de atividades diárias que afetam nossa coluna vertebral, como caminhar, correr e saltar. Nós não nascemos com essas curvas. As curvas normais da coluna se desenvolvem gradualmente. “Se formam como consequência da adaptação ao meio externo (a gravidade)” (Morningstar, 2005). Ao nascer, os bebês estão em um estado de flexão, encolhidos, com sua coluna vertebral formando uma curva natural em forma de C (convexa). Ao princípio, o bebê não tem força para levantar a cabeça, nem as curvas de equilíbrio na sua coluna para tal ato. Mas gradualmente os músculos de seu pescoço tornam-se mais fortes (curvatura cervical) para ajudar a equilibrar a cabeça; Quando o bebê começa a arrastar-se e a engatinhar, se desenvolve a zona lombar (curvatura lombar) e os músculos que sustentam seu desenvolvimento. Até aproximadamente o primeiro ano, seu bebê só tem que desenvolver estas curvas em sua coluna vertebral (Leveau, 1877).

Ao nascer

A coluna vertebral de um bebê é em forma de C (uma curva convexa). Não tem as curvas de equilíbrio nem a força para manter sua cabeça erguida.

Depois dos primeiros meses 

À medida que o bebê vai contra a gravidade (se verticalizando) os músculos começam a se desenvolver. Os músculos fortes do pescoço ajudam o bebê a sustentar sua cabeça pesada formando a curva cervical da coluna vertebral

posição do bebê crescimentoDos 6 aos 12 meses

À medida que o bebê aprende a engatinhar e a ficar de pé, a curva lombar da zona baixa das costas e seus músculos se desenvolvem para que possa se manter de pé. Quando ele se distancia de você por seus próprios meios, só então, todas as curvas estão desenvolvidas.

 

 

Deitar-se no plano é estressante para a coluna vertebral e para a bacia

Como mostramos acima, a coluna vertebral em forma de C de um bebê não se estira de forma imediata depois do nascimento. Pelo contrário, a forma de S da coluna não está completamente desenvolvida até que comece a caminhar por sua conta, por volta de 1 ano. Desta forma, deitar um bebê pequeno de costas não é agradável para sua coluna vertebral e não é uma posição natural para ele. Manter a coluna vertebral de um bebê reta não é uma posição fisiológica. Além disso, forçar a coluna vertebral do bebê também pode influir negativamente no desenvolvimento das articulações de sua bacia (Kirkilionis, 2002).

Achatamento de crânio – Deitar na posição horizontal pode causar deformidades físicas

Passar a maior parte do dia completamente deitado sobre as costas não é ruim só para coluna e bacia, os bebês que se encontram com muita frequência deitados de costas pode ter plagiocefalia (deformação do crânio, aplanado na parte posterior ou lateral) e também corpo com pouco tônus muscular (Bonnet, 1998). Pesquisa respaldada pela Academia Americana de Pediatria demonstra que “a imobilização prolongada em um colchão firme ou cama plana (ou em carrinho de bebê), com influência constante da gravidade, aplana a superfície do corpo contra o colchão, produz transtornos de posição em bebês e tônus muscular diminuído” (Corto, 1996). 

Atenção! Não queremos dizer que algumas horas de passeio num carrinho vão causar estragos para o desenvolvimento do bebê. A média de uso do carrinho com bebês ocidentais entre três semanas e três meses de idade é de um pouco mais de duas horas e meia ao dia (Heller, 118). Mas muitas vezes ainda levamos o bebê num bebê conforto no carro, para sair, para almoçar, ou mesmo deixando em cadeirinhas de balanço, com música, ou mesmo no carrinho, em casa, boa parte do tempo. Depois, o colocamos para dormir no berço. O Ocidente se distanciou muito da criação dos filhos e chegou ao ponto em que os objetos definem a existência de nosso bebê mais que nossos corpos. Separar o recém nascido de sua mãe e colocá-lo de costas numa superfície plana, muitas vezes descoberto, é não entender a grande necessidade de envolvimento e contenção do recém-nascido, de suporte e cobertura total, e de que o bebê se introduz gradualmente no mundo de espaços abertos. Desde o útero, para o colo e, com a presença contínua e tangível de sua mãe, o bebê pouco a pouco se abre para o mundo exterior (Montagu, 294). ***

É claro que os carrinhos podem nos ajudar a sair por períodos curtos de tempo e livrar nossos braços. Precisamos dele. No entanto, nenhum objeto pode ser melhor para o desenvolvimento, segurança emocional e mais confortável para o bebê que o colo de uma mãe.***

*** Nota Dona Chica: Nos solidarizamos com mulheres mães e sabemos o quanto esse discurso pode ser opressor. Embora a maioria das pesquisas e discussões até o momento coloquem a mãe como ponte entre o bebê e o mundo, acreditamos que o pai e outros cuidadores podem e devem cumprir esse papel em conjunto (assim como toda a sociedade) – “É preciso uma aldeia inteira para cuidar de um bebê”.

A curvatura do feto – posição fetal

É praticamente impossível se esticar um recém-nascido. Quando se coloca um bebê de costas, seus músculos logo trabalham para aproximar suas pernas de seu peito (Schon, 2007), voltando para a posição fetal ou de “sapinho”, essa posição natural dos bebês é a mais tranquilizante e adaptativa. Nesta posição os bebês utilizam menos oxigênio, conservam mais energia, gastam menos calorias para se esquentar e digerem melhor os alimentos. Também é a melhor posição para a termorregulação, pela menor exposição da zona do estômago. Temos células reguladoras da temperatura mais eficientes na parte posterior das costas, assim como mais gordura. Ou seja, as costas estão naturalmente “mais protegidas”, enquanto que a parte da frente do corpo de um bebê busca a proteção se enrolando nele mesmo, ou no contato com um cuidador. Quando levamos nossos bebês ventre à ventre estamos protegendo todos seus receptores e seus órgãos vitais (Montagu, 1986).

O instinto generalizado das pernas flexionadas que um bebê tem, junto com o reflexo que ajuda o bebê a agarrar-se a sua mãe, sugerem que os corpos dos bebês pequenos são adaptados para serem levados na posição vertical, voltados para suas mães. Levando seu bebê com os joelhos flexionados completamente contra seu peito e com apoio nas nádegas, estará carregando-o na posição natural que seu corpo instintivamente assume para garantir que esteja cômodo, quentinho e seguro. 

Cadeiras de carro

O bebê conforto posiciona o bebê mais verticalmente que o berço ou carrinho comum e pode ser mais agradável para a coluna vertebral em forma de C do bebê, que não se estira horizontalmente. Porém, apesar de parecer uma opção mais agradável, pesquisas da Associação Internacional de Quiroprática Pediátrica dizem que os assentos de carro não são completamente ideais para o bebê, pois “restringem as posições do bebê”.
Ao manter a coluna vertebral em forma de C de forma muito rígida, sem movimento, estes assentos limitam o desenvolvimento da musculatura e a formação das curvas naturais. Os bebês podem, por exemplo, ter dificuldades para adquirir a força muscular adequada no pescoço para manter sua cabeça sustentada.

Carregar o bebê em posição vertical contribui para um desenvolvimento físico positivo, completo e natural

Quando os bebês vão no colo em posição vertical, permite-se que pratiquem movimentos compensatórios que melhoram a força muscular e garantem um melhor controle sobre suas habilidades de motricidade fina. Quando a mãe caminha, se movimenta, ou gira, o corpo de um bebê trabalha de forma natural contra a força da gravidade para manter sua posição e equilíbrio. A força da gravidade é um elemento positivo no desenvolvimento infantil que permite aos bebês aprender desde o começo a manter a cabeça erguida e seu corpo agarrado à mãe e em equilíbrio.

 

Benefícios do Canguru Ergonômico no Desenvolvimento do Bebê

O Canguru Ergonômico Chicachila da Dona Chica Slingueria proporciona um carregar ergonômico seguro, além de facilitar a amamentação e o contato pele a pele, favorecendo o crescimento saudável e natural do bebê.

  • Carrega o bebê na frente e nas costas
  • Fácil de usar
  • Fresca e leve
  • Capuz removível
  • Alças reguláveis e acolchoadas
  • Quando não é usada, a mochila evolutiva chicachila pode ser dobrada e colocada no cesto do carrinho ou dentro da bolsa, para estar sempre à mão

Confira todos os benefícios deste incrível carregador ergonômico em nossa categoria de Chicachila.

Autor: Bruna Carvalho

Autor: Bruna Carvalho

Mãe do Valentim e da Dona Chica 🙂

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2 Comentários

  1. Jessica

    Tem idade pra usar ?? se sim.. até quando? Meu bebê tem 5 meses…

    Responder
    • Cheyenne Vieira

      Oii Jéssica, tudo bem? A chicachila evolutiva é indicada dos 3 meses até os 3 anos.

      Responder

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