Diálogo e escuta para uma educação não violenta

Na foto: Alice, 5 anos e 10 meses

Transmitir valores sem cair num moralismo cristão é desafiador. E quando a opinião da criança nos desagrada, surpreende ou até agride, logo já queremos introjetar nela a nossa verdade absoluta das coisas, sem perceber o quanto essa atitude pode ser opressora. Eu sei, criar um filhe dói. Mexe nas nossas feridas mais profundas e o ponto quero chegar é que quando nos sentimos violentades, nossa reação é agredir de volta. Isso é muito interessante para entender a raiz da violência reproduzida por nós. No geral, todo agressor já foi agredido, então precisamos quebrar esse ciclo e PARAR de agredir nossas crianças. Vamos errar? Vamos. Mas que tal normalizar os erros e aprender com eles?

Para sentir-se valorizada, a criança precisa ser ouvida, ser escutada. Porém, que não aprenda a dizer apenas o que queremos ouvir, para ser aceita. Dessa forma, ela estaria aprendendo que precisa agradar para ser amada. Quantas vezes deixamos de falar o que sentimos com medo da rejeição? Ou por não sabermos a maneira mais adequada de nos expressar? Por isso precisamos questionar a velha forma de educar.

  • As crianças podem ser muito compreensivas e acolhedoras. Simplesmente fale: comunique quando você não está conseguindo lidar com alguma situação, se exponha sem medo ou com medo mesmo. Desarme-se.
  • Dialogue e dê oportunidade da criança te enxergar como um ser falho, também em construção. Isso pode ser muito mais leve e divertido do que ser aquele adulto chato que sabe de tudo e dita as regras.
  • Compartilhe seus insights com a criança (quando julgar que seja adequado e apropriado, claro) . Muito provavelmente ela terá algo à acrescentar ao seu raciocínio.
  • Incentive o desenvolvimento de suas habilidades e o estudo de assuntos de seu interesse. Esses são fatores importantíssimos para uma construção saudável da sua auto imagem, auto estima e valorização de si.

Acho que ainda estamos engatinhando quando se trata de uma educação não violenta e com respeito. E eu não acredito que com rigidez vamos ajudar a formar seres mais generosos e compassivos (não passivos), pois numa educação muito rígida, os ensinamentos são rígidos e não maleáveis, não há espaço para a troca e fluidez de pensamento. Então depois será muito mais difícil a pessoa se desarmar e tirar todas as cascas que foi criando pra se proteger. Uma educação pautada no diálogo é necessária. Com respeito e informação é possível que criemos seres mais humanos!

Autor: Ana Luiza Laurentino

Autor: Ana Luiza Laurentino

Ana Luiza é mãe do Ezequiel, pinta, canta, dança e apóia a luta pelos direitos dos animais.

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