Histórias sobre a cultura indígena

No dia 5 de setembro, comemoramos o Dia Internacional da Mulher indígena. A data foi criada em 1983, para manter viva a história e a cultura dos povos originários. 

Infelizmente, pouco temos a comemorar, em um cenário que o governo é contra a demarcação de terras, e no meio de uma pandemia, veta partes de uma lei que prevê medidas de protação à comunidades indígenas, como ítens básicos como àgua potável e ítens de higiene, além de leitos em hospitais e UTIS.

Uma matéria da Publica, trouxe recentemente um levantamento que mostra que desde 2019, 42 fazendas foram certificadas de maneira irregular em terras indígenas não homologadas. Essas terras sendo adquiridas por não indígenas são usadas principalmente para atividades de garimpo, mineração e agronegócio. 

Até hoje, o Governo Bolsonaro não homologou nenhuma terra indígena. 

O que se vê é um esforço para apagar a existência e a memória dos povos originários de nosso país. 

Diante deste cenário, é importante apresentar à nossos filhos a história e a cultura indígena. É fundamental para nossas crianças aprenderem desde cedo sobre o Brasil, sobre a diversidade de nossa população e sobre as ricas tradições dos povos indígenas. 

Livros, músicas e filmes infantis com o tema de cultura indígena

livro pequena guerreiras

Pequenas Guerreiras, de Yaguarê Yamã

O livro traz a história de cinco meninas, filhas das amazonas, lendárias guerreiras indígenas que deram nome ao estado homônimo, na região Norte do Brasil. Um dia, elas vão brincar no lago Espelho da Lua, na região do rio Nhamundá, e são surpreendidas por indígenas inimigos.

O tupi que você fala, por Claudio Fragata

livro O tupi que você fala

Guri, pipoca, saci, guaraná, abacaxi. Podemos não perceber, mas é comum falarmos tupi. As palavras de origem indígena fazem parte do nosso cotidiano e com O tupi que você fala as crianças descobrirão que vários alimentos, animais e plantas têm nomes dados pelos índios.

Também tem um vídeo do canal Fafá Conta com essa história:

Aldeias, palavras e mundos indígenas, por Valéria Macedo

Yano, Ëjcre, Üne, Oo ― por incrível que pareça, essas quatro palavras significam a mesma coisa. Representam, na língua de quatro povos indígenas diferentes (os Yanomami, os Krahô, os Kuikuro e os Guarani Mbya), o vocábulo casa. Através delas e de muitas outras palavras, neste livro o leitor é convidado a conhecer um pouco da vida e dos costumes desses grupos: onde moram, como se enfeitam, suas festas, sua língua.

ABC DOS POVOS INDÍGENAS, por Marina Kahn

Amplo e diversificado, o Brasil indígena vai muito além da cultura tupi. São 234 povos vivendo de norte a sul do país, falantes de 180 línguas distintas, sem contar os grupos que permanecem isolados. Um universo fascinante, que se revela na variedade dos estilos e técnicas de pintura corporal, nos tipos de festas e cerimônias, como as que envolvem ritos de passagem, no sortimento de artefatos, nas formas de relacionamento com a natureza. Sem pretender esgotar o inesgotável, este ABC introduz aspectos essenciais do modo de vida indígena que, em conjunto, dão uma ideia da diversidade étnica, que vale a pena conhecer e é preciso preservar.

Contos dos Curumins Guaranis, por Jeguará Mirim e Tupã Mirim

Depois de mais de 500 anos de contato com os homens brancos, muitos povos indígenas perderam sua língua, suas terras e até foram extintos. Apesar desse longo convívio, o povo guarani mantém sua língua e suas cerimônias religiosas, que fazem parte do dia a dia nas aldeias. Contos dos curumins guaranis apresenta oito histórias que revelam um pouco do nhande reko (modo de vida) do povo guarani.

Abuela Grillo

Abuela Grillo é um curta metragem boliviano, mas faz todo sentido ele estar nessa lista.

“Abuella Grillo” é um precioso curta de animação sobre a água como um direito universal de todos. De forma lúdica destaca a importância da luta dos povos originários contra sua mercantilização.

O curta faz referência a uma revolta popular, conhecida como Guerra da Água, que ocorreu em Cochabamba, Bolívia, entre janeiro e abril de 2000, contra a privatização do sistema municipal de gestão da água.

O fio condutor da história é uma lenda milenar do povo boliviano Ayoreo.

Conta a história de uma avó (abuela), que era um grilo chamado Direjná. Dona da água, por onde quer que ela passasse com seu canto de amor, a água brotava. Certa vez, no entanto, a avó fez chover tanto sobre o povoado que ele se inundou. Seus netos, então, pediram a ela que abandonasse o lugar. Com muita tristeza, ela deixa a comunidade e segue caminhando sem destino, enquanto, aos poucos, os Ayoreo começam a padecer pela grande seca e pela falta de alimentos.

Já arrependidos do erro, eles decidem buscar a Abuela Grillo que, após um pedido de desculpas, decide retornar à comunidade. Ao chegar no povoado, porém, ela vê que algumas coisas haviam mudado, como a presença do fogo e o uso deste no cozimento dos alimentos. Como esse estranho calor a afetava muito, ela então decide buscar outro lugar para viver. E assim resolve visitar os oito céus da crença Ayorea, escolhendo um deles para morar. Nele, além de se sentir muito bem, ela podia mandar chuva a seus netos, quando eles precisassem.

A associação entre o mito Ayoreo e a Guerra da Água, convertidos em animação, gerou uma fábula que trata de um tema fundamental no mundo contemporâneo: as relações de poder desenvolvidas em torno dos recursos naturais.

Tu Tu Tu Tupi, de Hélio Ziskind

Tu tu Tu Tupi é uma canção clássica do músico brasileiro Hélio Ziskind. Nela, os pequenos descobrem que todo mundo tem um pouco de índio dentro de si, e do quanto as palavras indígenas estão presentes na nossa língua.

E vocês, tem alguma recomendação de material sobre a cultura indígena voltado para crianças? Conta pra gente nos comentários!

Autor: Dona Chica

Autor: Dona Chica

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