Sobre as flores que vão cair.

Sobre as flores que vão cair.

As flores caem porque querem? As flores vão cair sempre em meados de abril e maio, elas anunciam o inverno. (Que já se faz presente).

A natureza é de uma beleza que encanta e assusta. Ela pulsa vida e morte, raízes, caules e corolas. Economista, justa e generosa. Educa-nos desde o princípio. Como é que temos retribuído?

Somos parte da natureza, seres políticos, de mães e pais forasteiros, nossos ancestrais se orgulhariam? Claro, mas do que exatamente? Apesar da dor, ainda sorrimos. Apesar do sofrimento, ainda ajudamos uns aos outros. Apesar da crítica, seguimos crescendo e sendo nossa melhor versão, não apenas para nós ou para os outros, mas para todos.

A humanidade é uma só.

E entristece-me um espaço mágico como a internet ser palco para preconceitos de toda sorte: racismos, xenofobia, homofobia, gordofobia, entre outros. Assusta-me as redes sociais amplificarem a décima potencia palavras violentas que ferem, maltratam e cancelam.

Revolta-me que os egoísmos, mentiras, soberbas, vaidades e corrupções sejam tão normalizadas. As tais microagressões (nem tão micro assim). Enquanto nos matamos em guerras externas por não sabermos conviver com as belezas das diferenças, vamos esquecendo-nos de quem somos.

Esquecemos que a batalha é interna, que a vida é sim uma grande guerra, e que para luta-la as armas estão dentro de cada um: amor, inteligência e vontade de Ser. Nosso escudo é a consciência. E a armaduras são virtudes que cultivamos como as flores de um jardim especial.

Como em todo jardim estamos sujeitos às pragas, doenças que também estão dentro de cada um, aquele vício preguiçosinho pela manha, aquela ânsia de parecer ter mais do que o necessário, a vaidade do status. Essas flores estão mortas e apresentam uma beleza torta, enganosa.

Essas flores devem cair, com urgência. São espinhos demais ou como ervas daninhas se alastram numa velocidade silenciosa que quando menos se percebe tampou a respiração daquela flor bela que era amor, bondade ou senso de justiça.

Ficamos mesquinhos, nos acostumamos fácil ao que é mais cômodo, e claro ninguém vai dizer o contrário, que o amor não importa ou que a paz não venha bater na minha porta.

Seria hipocrisia? Acreditar nesses valores humanos e vive-los tão precariamente ou apenas quando fica bom pra tirar uma selfie?

Certas coisas ficam bem melhores e reverberam ainda mais quando fotografamos com os olhos da alma. Essa essência humanamente divina e divinamente humana que nos faz despertar para mais um dia e contemplar a vida.

Se não percebermos o quão próximos dos deuses e deusas estamos, se não percebermos o quanto tudo que habita a Natureza está intimamente conectado e que uma ação, por menor que pareça, terá grande impacto no mistério do Cosmos estaremos seriamente ameaçados.

Nunca fui de orar, mas tenho feito um pedido simples ao deitar e acordar:

que eu possa aprender a amar a humanidade assim como a Natureza ama aos seus. Que eu possa aprender a agir e viver pelo bem, pela verdade e pela justiça e que cada pessoa possa aprender também.

Fiquem a vontade pra me enviar seus comentários no meu e-mail nuna6costa@gmail.com – que é meu PIX também, aceito um café, brincadeira, mas rejeito não.

Foto destaque: Mariana Cançado

Autor: Nuna Costa

Autor: Nuna Costa

Nuna Costa é aprendiz de filósofa, poeta, compositora, jornalista, encadernadora e criadora de conteúdo. Está no Instagram @nuna_costa

Postagens Relacionadas

0 comentários

Enviar um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.