Sobre conhecer a si mesma.

Sobre conhecer a si mesma

“Conhece-te a ti mesmo e conhecerás os deuses e o Universo”.

Gravado no Templo de Delfos.

O que precisamos saber sobre quem somos está dentro de nós. Felizmente, ou não, temos que nos enxergar com os olhos da alma. Onde mora essa tal de “alma”?

Disseram-me uma vez que a alma fica prisioneira em cárcere privado e que somos tanto carcereiro quanto libertador de nossa alma.

Deve ser aquela coisa de livre-arbítrio e autocontrole. Não sei o quanto você pensa sobre quem é e o quanto se conhece ou qual caminho, dificuldades e conquistas você teve.

Não sei sua história. Suas lutas. Entretanto, acredito que você também sinta uma inquietude ao ser questionada sobre quem é ou provavelmente já se perguntou: “quem sou?”

Aviso, responder essa questão não requer nenhum tipo de título acadêmico ou restrição por idade, sexo, cor, inclinação religiosa, política e afins.

Essa questão é para aqueles que pensam, se você pode pensar, consegue respondê-la.

Também não é de múltipla escolha ou dessas abertas que você tem cinco linhas para limitar as palavras.

É existencial e ouso dizer simples. No seu mais íntimo você sabe. E não estou aqui para dizer que há uma mesma resposta para todos os bilhões de humanos que habitam esta Terra, nem que exista a resposta certa ou errada.

Disso, nada sei.

Tenho uma sugestão caso esteja tentada a respondê-la: use a perspectiva de uma criança curiosa. A sua criança interna de preferência.

Converse com ela na frente do espelho ou leve-a pra passear em alguma praça que tenha aqueles aparelhos coloridos de ginástica e finja que são brinquedos ou transportes especiais para Vênus, Marte ou Mercúrio.

Faço isso algumas vezes. Tento conversar com ela pelo espelho. Na maioria das vezes fico calada. Não sei por onde começar.

Mas sinto que não sou apenas este corpo ou o que penso e fantasio sendo. Para ser sincera essas conversas me dão muito medo.

É como se estivesse prestes a tirar máscara por máscara até que me depare com meu verdadeiro rosto e temo que seja amorfo e descolorido.

Em outros momentos estou diante um precipício gigante, escuto um rio de correnteza forte, olho para frente e do outro lado há essa forma brilhante, bela e serena como uma Deusa.

Essa Deusa se parece com alguém que conheço e quero alcançá-la para saber mais sobre Ela ou o que devo fazer para ser como Ela.

O único caminho é pelo precipício, devo descer (mas não tenho apoio), atravessar o rio (mas não sei nadar) e subir o penhasco em que ela se encontra, (mas temo perdê-la de vista).

Talvez olhá-la de longe me bastaria.

Não, não bastaria. No meu mais íntimo sei que sou Ela, mas o risco do trajeto me amedronta. Deveria voltar? Nem lembro como cheguei até o penhasco e atrás de mim há toda sorte de atrativos que uma sociedade materialista pensa que uma mulher em seus vinte e sete anos precisa.

Esses atrativos parecem feitos de uma lista com os meus gostos pessoais e meu fraco por histórias, palavras e antigas culturas. Porém, como não consigo compreendê-las tão bem me aproximo e quando vejo me afasto d’Aquela luminosa figura.

Fico triste e frustrada, tenho que tentar chegar até o precipício novamente.

Será que dessa vez levo cordas para descer a montanha ou apenas dou um passo em direção a Ela? Quem sabe não consigo caminhar pelo ar?

Artigo de opinião. Caso você discorde de algo ou queira acrescentar outro ponto de vista, vou gostar de saber.

Fiquem a vontade pra me enviar seus comentários no meu e-mail nuna6costa@gmail.com ou via DM no Instagram @nuna_costa

Foto destaque: Mariana Cançado

Autor: Nuna Costa

Autor: Nuna Costa

Nuna Costa é aprendiz de filósofa, poeta, compositora, jornalista, encadernadora e criadora de conteúdo. Está no Instagram @nuna_costa

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